O PERGAMINHO DE KIRKWALL



 

Para muitos historiadores e maçons, a prova da origem Templária da maçonaria está no Pergaminho de KIRKWALL, um dos mais antigos documentos maçônicos que se tem notícia. Repleto de antigos emblemas , imagens e mapas, o Pergaminho de Ensinamentos de Kirkwall foi datado do final do século 14, quando a Ordem do Templo de Salomão foi dissolvida. É um dos poucos registros sobreviventes das Cruzadas na Terra Santa. Feito de linho resistente enegrecido na bordas, sua parte central contêm uma série de símbolos maçônicos pintados que culminam na cena da Criação descrita na Bíblia. Há duas seções laterais que retratam a jornada dos filhos de Israel para a Terra Prometida. Há uma profusão e confusão de ícones: a colméia da industria e o cavalete com a prancha da construção; o esquadro e o compasso, o prumo e o lápis, o pavimento enxadrezado, as colunas de Jaquin e Boaz, um homem cercado por oito estrelas e o olho que tudo vê do discernimento divino.

Outros símbolos mais antigos aumentam o enigma de quem busca interpretar o pergaminho: um sol de seis pontas e uma lua com um rosto, cercada por sete estrelas, brilhando sobre o jardim do Éden. Há também representações geográficas, possivelmente mapas: num trecho de oceano sob uma cadeia de montanhas, uma enguia e um peixe guiam diferentes tipos de baleias e de outras criaturas marinhas. Há também a intrigante imagem de um hermafrodita cor-de-rosa, um Adão confundido com uma Eva sob a sombra de uma Árvore da Vida –o principio gnóstico do masculino fundido ao feminino. 




BAPHOMET E A ESTRELA ALGOL

reconhecerá os seus”. A Cruzada Albigense foi, seguramente, uma guerra sangrenta e inominável.
Para que o leitor tenha uma noção do assunto, vamos tentar explicar melhor, em poucas linhas, essa tormenta:

…estamos nos tempos das Cruzadas, França, no Languedoc (o Midi Francês), início do século XIII, quando a riqueza e a opulência floresciam nessa região. Sua política torna-se afim com os reinos de Leon, Aragon e Castela (Espanha). O Languedoc era governado por várias famílias nobres, que se submetiam aos condes de Tolouse e à sua poderosa casa de Trencavel. Um principado que se tornara a mais fiel representação da Cultura, do Progresso e da Sofisticação, despertando, assim, a inveja dos potentados de todo o continente europeu cristão que, diga-se de passagem, enfrentavam um verdadeiro colapso cultural de sua civilização Grego-Romana. Apesar dos rígidos padrões de controle do pensamento e da reflexão pela estrutura eclesiástica, surgiam vozes que se levantavam contra o abuso e a arrogância da Santa Madre Igreja.

Embora cristão, Languedoc não era fanático. Seus habitantes valorizavam a educação, a filosofia, as artes, a ciência, bem como eram conhecedores de boa parte da tradição espiritual do Ocidente, ecos do pensamento de Heráclito, Pitágoras e Platão.

Em 1165, lançou-se um grito de guerra sobre o Languedoc. A Igreja de Roma atacou seus pontos fracos. Os que haviam sido julgados hereges já estavam condenados pelo conselho eclesiástico na cidade de Albi-Languedoc (a cidade de Albi fica ao sul na França). Daí a razão da população local ter sido denominada por Roma de albigense.

Muitos podem indagar: quem eram, afinal, os heréticos? A heresia albigense ou cátara não seguia teologia e doutrinas fixas, codificadas e definitivas. Levando-se em conta os poucos documentos que escaparam da destruição da Inquisição, podemos verificar que a prática dos cátaros, em relação ao Cristianismo, eram mais antigas e puras. Rezavam ao ar livre; eram em sua grande maioria vegetarianos (embora comessem carne de peixes); exaltavam à vida simples e à humildade.

Para os cátaros-albigenses, a fé não era apenas uma doutrina a ser pregada e sim um sistema de vida a ser vivido. Eles se denominavam cristãos e chamavam o diabo de “Príncipe do Mundo”. Denominavam sua igreja de “Igreja do Amor” (Roma de traz por diante). Os cátaros diziam que Jesus era o seu profeta, sacerdote, rei, messias, um agente ungido. Conheciam todos os pontos tidos como esotéricos, místicos e mitológicos pregados pelo Cristo.

O princípio feminino florescia em Languedoc enquanto era rechaçado pela Igreja de Roma. As mulheres podiam exercer funções e serem proprietárias dos seus próprios bens em igualdade com os homens.
Para os cátaros, Maria Madalena significava esse “Princípio Feminino” e era parte integrante da lenda do Santo Graal. E aqui surge um outro motivo, talvez a principal razão, para a perseguição e os tormentos que a Inquisição arregimentou contra os cátaros.

E mais… que a verdade oculta desta lenda (ou heresia) não está contida dentro de um cálice miraculoso e sim no ventre de Maria Madalena, como mulher de Jesus, ou seja, um herdeiro do sangue real azul, ou sangue real da dinastia de David, um filho de Jesus e de Maria Madalena — a criança do Santo Graal, na Europa.

Os Cavaleiros Templários também eram excessivamente preocupados com o “Princípio Feminino”. Os Abraxas descobriram documentos da Ordem do Templo os quais relatam que, em seus trabalhos, as mulheres eram incluídas e que seu número era expressivo. Outros pontos de relevância: o Preceptório Templário estava construído em Troyes, cidade de onde Chrètrien de Troyes, o primeiro a escrever a respeito do Santo Graal, retirou nome literário; e a mais famosa igreja de Troyes é dedicada à Maria Madalena.

É aqui que fazemos uma ligação com o começo do texto, quando falamos a respeito dos Manuscritos do Mar Morto. Hugh Schonfield, um dos acadêmicos mais respeitados em relação ao Novo Testamento, demonstrou que os Templários usavam o código conhecido como “Atsbash Cipher”. Esse código está cifrado em diversos pergaminhos. Também revela que, se fizermos a aplicação deste código no nome do ídolo venerado pelos Templários — Bafomé — ele se transformará na palavra grega Sophia, cuja tradução é sabedoria. Vejamos: Sophia também pode ser traduzida para o hebraico como Choknah, uma figura feminina que surge no livro Provérbios do Antigo Testamento.

Para os gnósticos de Nag Hammadi, Madalena é a encarnação idealizada da Atena grega e da Ísis egípcia, que é chamada, às vezes, de Sophia. Choknah é a chave para a compreensão da Cabala. Segundo Lawrence Gardner, em sua obra A Linhagem do Santo Graal, lançado pela Madras Editora, investiga-se a genealogia de Jesus até os nossos tempos. Ele também compara o Novo Testamento com os arquivos romanos e judaicos. Nessa consideração, Gardner detalha como a Igreja corrompeu e manipulou os registros para servir a seus propósitos políticos.

Apesar de a doutrina católica informar que Jesus era filho de uma virgem e filho de Deus, Lucas e Mateus enfatizam a linhagem e a descendência de Jesus, de David, de Israel e dos reis de Judá.
O que nos soa mais estranho é o fato de a Cruzada Albigense ter punido tão cruelmente por heresia a comunidade cátara, que foi visitada por São Domingos e São Francisco de Assis, que ficaram impressionados com os métodos de evangelização e passaram a empregá-los por meio de seus frades mendicantes, juntamente com os votos feitos pelo “parfaits”: pobreza e caridade. Outro que ficou impressionado foi São Bernardo, que disse: “Nenhum sermão é mais cristão que o deles, e sua moral é pura”.

Quero aproveitar e abrir um parêntese para relatar, em poucas linhas, uma outra lenda do Graal, na qual ele não é uma taça (objeto), mas sim uma pedra preciosa com muitos poderes, que foi trazida para o planeta Terra pelos anjos. Essa pedra representava a terceira visão de Lúcifer, o Anjo da Luz, filho primogênito de Deus que, quando se rebelou e desceu aos mundos inferiores, essa pedra, também chamada de lápis exillis (pedra caída do céu), se partiu em três partes. Uma permanece entre as sobrancelhas do Senhor Lúcifer; a outra é conhecida como a Pedra Filosofal, aquela que transforma metais em ouro, homens em reis, iniciados em adeptos. Essa pedra lembra muito a esmeralda de cor verde (sinônimo de esperança e vitalidade). E a terceira é o próprio Graal.

O que na Verdade nós quisemos demonstrar aqui foi que nem sempre a documentação é suficiente para reconstruir os fatos com fidelidade, permanecendo ainda muitos dos enigmas históricos. Mas, nesta obra, o autor Andrew Sinclair revela documentos baseados em fatos, em vez de especulações. Essa revelação está fundamentada em um documento inédito; trata-se do “Pergaminho de Kirkwall”, achado em uma Loja Maçônica, em uma ilha do Norte do Oceano Atlântico.

Cláudio Roque Buono Ferreira
Wagner Veneziani Costa

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