OS ARQUIVOS SECRETOS DO VATICANO (TRECHO DO LIVRO VATICANO S.A)






Temos a nítida sensação de que nos encontramos, todos nós, diante de um inaudito explosivo em potencial, que deve ser obrigatoriamente levado a conhecimento das mais altas autoridades. – Carta reservada de Angelo Caloia, presidente do conselho de superintendência de IOR, ao secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano.

As finanças do Vaticano pareciam uma história concluída com os escândalos da década de 80. Com Marcinkus, Sindona e Calvi. Mas tudo recomeça. Depois da saída de Marcinkus do Banco do Papa, tem inicio um novo e sofisticadíssimo sistema de contas em código, nas quais transitam centenas de bilhões de liras. O artífice é monsenhor Donato de Bonis. Contas em nome de banqueiros, empresários, investidores do setor imobiliário, políticos ainda hoje de alto escalão como Omíssis, codinome que remete a Giulio Andreotti.

Títulos de Estado para lavar dinheiro sujo. O dinheiro dos esquemas de corrupção( o maxiesquema Enimont) passou pelo Banco do Vaticano e até o dinheiro deixado pelos fiéis para as missas foi transferido para contas pessoais, por meio de habilíssimas alquimias financeiras.

Em um trecho intrigante e envolvente a partir do acesso a um arquivo secreto, o autor revela detalhes sobre os escândalos financeiros e políticos da maior instituição religiosa do mundo.

As assinaturas autorizadas são duas: de Bonis Donato e Andreotti Giulio.”

Do documento bancário que revela, entre as assinaturas autorizadas da conta corrente da fundação Spellman, a de Andreotti.

Mamma de Bonis luta contra a leucemia; Jonas Foundation, ajuda para crianças pobres: naqueles depósitos mais que esmolas, transitam conspícuas propinas. “

“Estão prestes a fechar o cerco. Fontes amigas da polícia financeira me alertaram.
Angelo Caloia, presidente do IOR, é informado em tempo real sobre a atividade dos magistrados durante a investigação”Mani Pulite” (Mãos Limpas) .

“Beatíssimo Padre, sinto-me no dever de pôr Vossa Santidade A quantia é de 72.5 bilhões de Liras, resultante de fontes de risco de variada natureza.”

Carta de Angelo Caloia a João Paulo II, 16 de março de 1994.

“Os títulos repassados ao IOR são o resultado de pagamento de propinas a políticos, em somas que certamente voltaram para eles de forma limpa.”

Carta de Angelo Caloia ao Cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, 5 de outubro de 1993.

“Nos porões da IOR estão cerca de 27.9 bilhões em títulos de Estado italianos, BTP e Cct.

Nem todos os números são limpos,”

Do relatório de Renato Dardozzi, outubro de 1993.

“ A operação Sofia, ou seja, a tentativa de criar o Grande Centro que teria tomado o Poder.
Testemunho de Giancarlo Capaldo, procurador adjunto de Roma, coordenador da investigação sobre o golpe branco- púrpura.

“ As transações em favor de meu pai passavam todas pelas contas e pelo caixa da IOR.”
Massimo Ciancimino, filho do ex prefeito de Palermo Vito, o pai foi condenado por concurso e associação mafiosa.


o Sr Gianluigi Nuzzi é repórter do Jornal Libero. Já foi colaborador do maior jornal da Italiano Corriere della Serra e escreve para a revista Panorama. Desde 1994 segue as principais investigações judiciais com implicações políticas e financeiras da Itália. Na primavera de 2008 teve acesso, pela primeira vez ao arquivo secreto do monsenhor Dardozzi.     



FONTE DE PESQUISA:
Trecho do Livro (Titulo original: VATICANO S.p.A.  Copright Richard L. Leider and David Sapiro, 2008, Corpright Larousse do Brasil 2010                  

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