Você está no caminho certo! É muito provável que você esteja pensando no Partenon, em Atenas.
Sua intuição sobre a percepção humana está corretíssima. O Partenon é famoso por suas "refinamentos ópticos", o que significa que ele praticamente não possui linhas perfeitamente retas ou ângulos de 90 graus exatos.
O Partenon e as Ilusões Ópticas
Os arquitetos gregos Íctinos e Calícrates sabiam que linhas longas e perfeitamente retas podem parecer "curvadas" ou "caídas" aos olhos humanos devido à perspectiva. Para compensar isso, eles aplicaram distorções deliberadas:
Êntase: As colunas não são cilindros retos; elas têm um leve inchaço no meio. Sem isso, pareceriam mais finas no centro.
Curvatura do Estilóbato: A base do templo (o chão) não é plana. Ela é levemente convexa (curvada para cima no centro). Se fosse perfeitamente plana, pareceria estar afundando sob o peso das colunas.
Inclinação das Colunas: As colunas se inclinam levemente para dentro. Se fossem perfeitamente verticais, dariam a sensação de estarem "abrindo" para fora.
Tem relação com o Quinto Postulado de Euclides?
A relação com o Quinto Postulado de Euclides (o postulado das paralelas) é fascinante, mas ela é mais geométrica e teórica do que uma aplicação direta da arquitetura grega.
O que diz o Postulado: Essencialmente, ele define o espaço "plano" (Euclidiano). Ele afirma que, por um ponto fora de uma reta, passa apenas uma reta paralela a ela.
A Conexão: Ao construir o Partenon com curvas, os gregos estavam lidando com a geometria visual, que se comporta mais como a geometria não-euclidiana (onde as linhas retas em superfícies curvas podem se encontrar ou se afastar).
Cronologia: O Partenon foi construído por volta de 447 a.C., enquanto Euclides escreveu seus "Elementos" cerca de 150 anos depois. Ou seja, os arquitetos já entendiam a distorção do espaço visual muito antes de Euclides formalizar as regras da geometria plana.
Resumo: O objetivo principal era a estética e a harmonia visual (percepção), criando uma "perfeição" que o olho humano só consegue ver se a estrutura física for, na verdade, imperfeita.
Já em Baalbek (no Líbano), o foco era mais a escala monumental e a engenharia de megálitos, enquanto o Coliseu foca na geometria da elipse e dos arcos romanos, que são mais voltados para suporte de carga do que para correções ópticas sutis.


Comentários
Postar um comentário
COMENTE AQUI