O Enigma do Conde de Saint Germain: Maçonaria e Imortalidade

 




O Enigma do Conde de Saint Germain: O Homem que Nunca Morre

​O Conde de Saint Germain é, sem dúvida, a figura mais misteriosa da Europa das Luzes. Descrito por Voltaire como "um homem que nunca morre e que sabe tudo", ele transitou pelas cortes europeias, especialmente na França, deixando um rastro de lendas sobre sua origem, sua riqueza inexplicável e, acima de tudo, sua aparência perenemente jovem.

​1. Origens e Identidade

​Embora tenha usado diversos pseudônimos (Marquês de Montferrat, Conde Bellamarre, Cavaleiro Schoening), as pesquisas históricas mais aceitas sugerem que ele era Leopold George, o filho mais velho do Príncipe Francis II Rákóczi da Transilvânia.

​Sua educação teria ocorrido na Itália sob a proteção da família Médici, o que explicaria sua erudição excepcional, fluência em mais de dez idiomas e conhecimento profundo de história, química e música.

​2. A Ligação com a Maçonaria e Ordens Secretas na França

​Saint Germain desempenhou um papel crucial no cenário das sociedades secretas francesas durante o reinado de Luís XV e Luís XVI.

​Maçonaria: Documentos maçônicos da época citam sua presença na famosa Loja das Nove Irmãs (Les Neuf Sœurs) e no Grande Oriente da França. Ele teria participado da Grande Convenção Maçônica em Paris (1785), curiosamente após a data oficial de sua morte (1784).

​Os Rosa-Cruzes e Iluminados: Ele é frequentemente apontado como um alto iniciado da Ordem Rosa-Cruz. Na França, sua influência se estendia aos Philalèthes, um rito maçônico dedicado ao estudo do esoterismo e da alquimia.

​Missões Diplomáticas Secretas: Atuou como agente secreto de Luís XV (o "Segredo do Rei"), realizando missões na Holanda e Inglaterra para contornar a diplomacia oficial, o que lhe rendeu inimigos poderosos como o Duque de Choiseul.

​3. Alquimia e o Retardo do Envelhecimento

​O maior mistério que envolve o Conde é sua aparente imortalidade ou longevidade extrema.

​A Aparência Perene: Registros da Condessa de Adhémar afirmam que ela o conheceu em 1743 e o reencontrou décadas depois, em 1789; em ambos os encontros, ele aparentava ter cerca de 45 anos.

​Dieta e Hábitos: Relatos da corte de Versalhes indicam que ele nunca comia em público, preferindo consumir apenas um caldo de aveia e pílulas de ervas preparadas por ele mesmo em seu laboratório.

​Transmutação: Ele afirmava possuir o segredo de "limpar" defeitos em diamantes e transmutar metais, o que sustentava sua vida de luxo sem fontes de renda visíveis.

​4. O Legado Espiritual e os Mestres Ascensos

​No século XIX e XX, a figura de Saint Germain foi resgatada por movimentos como a Teosofia de Helena Blavatsky.

​Mestre do Sétimo Raio: No esoterismo moderno, ele é considerado o Chohan (Senhor) do Sétimo Raio e o guardião da Chama Violeta, uma energia espiritual destinada à transmutação do carma da humanidade.

​Aparições Pós-Morte: Relatos de sua presença durante a Revolução Francesa (tentando alertar Maria Antonieta) e avistamentos em 1821, 1926 e até meados do século XX alimentam a crença de que ele superou as barreiras biológicas da morte.

​Principais Referências para Pesquisa

​"O Conde de Saint Germain" - Isabel Cooper-Oakley (Obra fundamental para a pesquisa histórica).

​"Memórias da Condessa de Adhémar" - Relatos em primeira mão sobre a vida na corte francesa.

​"O Livro de Ouro de Saint Germain" - Focado na doutrina esotérica do "Eu Sou".

​Arquivos da Polícia de Paris (Séc. XVIII) - Documentos sobre suas atividades como espião.

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