O MAIS POLÊMICO JORNALISTA BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS “CHATÔ O REI DO BRASIL”
Fernando Morais levou sete anos para reunir lances emocionantes da vida de Assis Chateaubriand, o mais polêmico jornalista brasileiro de todos os tempos.
Um pequeno imperador, o maior empresário de Comunicação do Brasil, com uma quantidade enorme de jornais e estações de rádio em São Paulo, no Rio, em Minas, no Sul e no Nordeste. Mas era sobretudo, um homem capaz de rigorosamente tudo: tanto de escrever em um artigo cáustico acabando com a vida de alguém quando de acabar literalmente com a vida do desafeto, simplesmente dando alguns tiros nele.
ONDE E QUANDO NASCEU
A gagueira não tinha sido a única mazela a infernizar a infância do menino que assombrou os resquícios de memoria de Chateubriand. Além de gago, ele era feio. raquitico, amarelo e opilado. A cor da pelea palidez goianiense - denunciava os três séculos da malária acestral que desfigurava a população de Goiana pequena cidade da Zona da Mata pernanbucana de onde viera seu ramo materno.
Os pais de Chateubriand, Franciso José e Maria Crmem, tinham se casado muito jovens, pouco antes da proclamação da Republica. No dia em que ele nasceu, 4 de outubro de 1892 - Dia dos animais e de São Farncisco de Assis.
O CONVITE DA PRINCESA ISABEL
Em meados do ano, durante breve viagem a Paris, a princesa Isabel, filha de D. Pedro II e autora da lei que abolira a escravatura no Brasil, mandou convida-lo para passar um fin de semana no castelo da Família em EU, no Nordeste da França. Durante os anos em que trabalhara no Rio de Janeiro, ele encabeçara uma campanha, por meio de artigos no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil, pela revogação do decreto que banira a Família Imperial do território brasileiro. Chateubriand acabou passando não dois, mas seis dias no Castelo d EU e passeando em companhia da princesa pelos campos de Normandia. Para não emocioná-la demais - quase uma octogenária, de cabelos inteiramente brancos, Isabel acabaria falecendo poucas semanas após aquele encontro -, ele ocultava a real situação em que se encontravam os negros no Brasil, para muitos doa quais a libertação não passara de um pedaço de papel.
O ASSASSINATO DE JOÃO PESSOA
SE o rompimento político de Prestes representou um enorme transtorno para a Aliança, uma tragédia passional ocorrida semanas depois iria revigorar o movimento por todo o país, transformando-se no estopin de que os revolucionários tanto precisavam. João Pessoa fora assassinado com dois tiros em uma confeitária de Recife, na noite de 26 de julho. O matador era João Dantas. Embora o assassino fosse ligado por laços familiares a inimigos de Pessoa, ninguém tinha duvidas de que se tratara de um crime passional. Ao invadir, quatro dias antes do assassinato, o sobrado do Joven advogado João Dantas, inimigo declarado do Governador, os Policiais encontraram material politicamente muito mais explosivo do que balas e fuzis: pilhas de cartas de amor trocadas entre Dantas e sua amante, a joven e bela poetiza Anaíde Beiriz. Indignado com a invasão de sua casa e de sua intimidade, ao saber que João Pessoa viajara a Recife, João Dantas não teve duvidas: armou-se de um revolver invadiu a Confeitaria. a Glória, onde o governador confraternizava com amigos, e matou-o com dois tiros no peito.
A REVOLUÇÃO DE 30
A alma de João Pessoa parecia afinal descansar em paz, mas Charteubriand soube por Osvaldo Aranha que a data da revolução tinha sido marcada: o movimento iria eclodir simultaneamente no Rio Grande do Sul, na Paraíba e em Minas Gerais no dia 26 de agosto, em homenagem ao trigésimo dia da morte do governador da Paraíba.
As cinco horas da chuvosa madrugada daquela sexta feira 3 de outubro de 1930. Chateaubriand chegava ao aeroporto do cais Pharoux, no centro do Rio, para embarcar nu hidroavião da Condor com destino a Porto Alegre. Como o tempo de voo previsto era de oito horas, o jornalista viajou certo de que chegaria á capital gaucha a tempo de se juntar as tropas revolucionárias.
ORDEM DE PRISÃO
Quando soube que Assis Charteubriand havia embarcado em direção ao Sul, Washington Luiz mandou que expelissem uma ordem de prisão contra ele, distribuia a todas as guarnições federais por onde ele pudesse passar.
Ignorando tudo isso, e sem saber sequer o que havia acontecido de fato em Porto Alegre na tarde anterior.
Continua
Trecho da Revista Audio 3
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