A CIÊNCIA DE LÚCIFER "O BARDO THODOL"




Cápitulo XXI

É próprio da magia negra e do culto ao mal apresentar a ordem natural ao contrário e, de uma maneira geral, inverter todas as coisas.

O BARDO THODOL

Se apresentarmos o falso espiritualismo, que é também falsa feitiçaria, é porque desejamos destacar o perigo que apresentam para o neófito os ensinamentos mal compreendidos, essencialmente perniciosos, mas que são apresentados a coberto da iniciação.

No Tibete, o Bardo Thodol, o Livro dos Mortos, constitui um autêntico ritual de magia negra, segundo a versão inglesa do lama Kazi Dawa Smdup. O Bardo Todhol apresenta a descrição da agonia vivida, talvez, por “grandes Mestres”agonizantes mais lúcidos. Ele guia o espírito do morto através das visões infernais que o obsecam e desorientam, escreve o Sr Bacot. No estado intermediário(o Bardo), entre a morte e o renascimento, desenvolvem-se os efeitos necessários cujas causas foram as ações na vida.
Depois, vem o mecanismo da transmigração e da determinação pelo jogo das atrações e das repulsas, da escolha dos pais e do sexo do ser que encarna. Os fenômenos da vida podem ser comparados a um sonho, a um fantasma, a uma bolha de ar, a uma sombra, ao orvalho brilhante, ao clarão do relâmpago, e deste modo eles devem ser contemplados.


Tudo é maya 

(O Buda do Sutra imutável.)

Mais condensado ainda, o Bardo Thodol trata o ciclo da existência sangsárica(fenomenal) que intervêm entre a morte e o nascimento, a lei antiga do Karma ou das conseqüências e a doutrina da reencarnação tendo sido aceitas como essenciais á vida humana.

NÃO COMEIS FAVAS (PITÁGORAS)

Os egípcios sabia que a alma poderia emigrar nas favas!

Em magia negra, ela desempenha, como rã, o papel de esponja de fluidos

O rito do sangue é sem dúvida a forma mais antiga da magia; praticavam-no os alquimistas que ofereciam crianças em Holocausto. Paracelso conhecia esse rito mas nunca o utilizou. Pensa-se que a forma redonda dos glóbulos vermelhos tinha uma influência neutralizadora sobre os corpos estranhos da preparação alquímica. O último fim da alquimia(a transladação corporal) poderia exprimir-se assim: subir ao céu sem passar pela morte. O adepto liberto de todas as limitações terrestres(resultado da queda original) abandona definitivamente o plano físico de existência para subir como corpo glorioso aos níveis vibratórios supra sensíveis.

Mas que energia interior puseram os cientistas em jogo para conseguir obter a sua ascensão celeste? O grande segredo da alquimia tântrica não é senão este: conseguir inverter, fazer, regressar, a energia sexual animal de maneira a permitir o despertar a força divina colossal que ela esconde nas condições ordinárias da existência. É a Koundalini, representada na iconografia tântrica por uma serpente enrolada que se torna necessário despertar e fazer subir ao longo da coluna vertebral.

Um a um, todos os centros psíquicos – chamados chacras na terminologia sânscrita – serão despertos, aumentando o estado de iluminação(transitória, de inicio, permanente depois) quando a força alcança o centro superior (o lótus de mil pétalas)situado no alto do crânio. Dois caminhos se oferecem ao adepto: o da direita, onde a libertação taumatúrgica se efetua pela ascese solidária, e o da esquerda onde a ascese alquímica se realizará pelo método inverso da primeira, isto é pela efetivação das núpcias químicas concretizadas por um par. Este processo a dois não pertence apenas ás formas hindus de tantrismo, tendo-se também desenvolvido na tradição alquímica ocidental. Distinguem-se dois tipos de adeptos: (os monges alquimistas, por exemplo), e os que trabalharam aos pares(o caso de Nicolas Flamel e de sua esposa Pernelle, sem dúvida o mais conhecido no ocidente). Aleister Crowley um dos magos contemporâneos que , na Inglaterra, mais se ocupou das práticas de mão esquerda.

OS FANTASMAS CONHECEM O FUTURO?

Toda a antiguidade acreditou que a alma das pessoas mortas por violência errava por terra em busca de repouso ou de um corpo onde reencarnar. Ainda, e sempre, a crença dos espíritas e gnósticos negro, para quem o corpo tem um duplo, uma sombra a qual, após a morte, permanece numa zona indecisa situada no gradiente de nosso mundo e do além, ou antimundo. Os físicos já sabemos, puseram em destaque a autenticidade de uma persistência da realidade num outro mundo, o que, sem dar uma autenticidade absoluta á crença dos gnósticos negros, dá-lhes pelos menos uma certa consistência.  Assim, esta hoje demonstrado que as práticas mágicas dos quiromantes e dos físicos antigos assentavam no conhecimento empírico, mas positivo, de uma ciência cujas leis começam a desvendar-se.


A NECROMANCIA

Desde a mais remota antiguidade, os homens têm tido a curiosidade, ou experimentaram a necessidade, de evocar os mortos no decorrer de cerimônias misteriosas.

Os Sírios e os Hebreus foram grandes necromantes: a Bíblia cita o caso do pitonista de Endor, evocando para Saul a sombra de Samuel. Destas considerações resulta que, apesar das contradições aparentes, os sustentáculos da necromancia eram a alma, o cadáver e a palavra.

Os Hebreus e os Sírios, dizem os cronistas, matavam a criança torcendo-lhe os pescoço, cortavam-lhe a cabeça, salgavam ou embalsamavam essa cabeça e, colocando-a sobre uma lâmina de metal onde estava gravado o nome do espírito ou da divindade que eles queriam evocar, dela extraiam os oráculos.  Os gnósticos negros eu se entregavam as esta práticas abomináveis agiam sem rancor e sem perversidade consciente, unicamente, poderia dizer-se, por espírito cientifico, com o soberano desprendimento de um biologista praticando uma vivissecção. Desde a Idade Média a verdadeira magia negra satânica era praticada a base de sacrifícios rituais, com a finalidade quer de utilizar um sopro de vida da vítima em trabalhos de alquimia quer de proceder a uma transferência de vida do sacrificado para uma estátua, ou estatueta, encarregada seguidamente de fazer profecias.



A GRANDE OBRA DE GILLES DE RAIS

Gilles de Rais, senhor de Machecoul e Tiffrauges, de Monfort e outros lugares, tornou-se o primeiro célebre pela sua bravura e sua fidelidade a Joana d’Arc. Mais tarde em 1435 tornou-se alquimista, rodeou-se de feiticeiros e de magos e empreendeu a busca e realização da grande obra.

Se bem que relativamente culto, não soube destrinçar o símbolo da letra, e julgou que p principio fecundante e gerador da Pedra devia ser captado na própria vida do homem e, melhor ainda, na das crianças. Uma velha feiticeira, a Meffraie, tinha a missão de percorrer os campos da Bretanha e da Vendeia á procura de jovens pastores, mendigos e crianças perdidas, que ela aliciava e levava ao Castelo de Gilles para serem utilizados nos assassínios rituais. .Na torre do castelo de Chantocé (Maine – et – Loire), descobriu-se um tonel cheio de ossadas calcinadas pertencentes, julga-se, aos corpos de umas quarenta crianças.

Michelet conta que o senhor de Rais evocava demônios e oferecia a vida de crianças a eles pedindo-lhes em troca ouro, ciência e poder. A magia negra nunca é praticada impunemente. É sempre castigada pela deterioração mental que inelutavelmente provoca a quem a ela se entrega, ao quais raramente escapam á justiça deste mundo, e muito menos a do Além, justa paga contra a qual não existe qualquer pentaclo.   


FONTE: Trecho do livro “O Livro do Misterioso Desconhecido”
Autor Robert Charroux                                           

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