A BASE SUBTERRÂNEA DE MALTA "A FAMILIA ALEMÃ KRUPP"
O denominador comum seria a família alemã Krupp que construiu fábricas de munições para Adolph Hitler e não só mantem controle majoritário sobre a ITT mas também ajudou a financiar os projetos Montauk sobre tempo-espaço-controle da mente, para a Sociedade de Thule da Bavária, que estão tendo continuidade dentro da M.A.L.T.A. ou instalações da Montauk-Alsace-Lorraine-Time-Archives dentro dos Montes Alsace-Lorraine próximos à fronteira entre França e Alemanha. Essa região da Alsace-Lorraine foi tomada da França na guerra Franco-Prussiana no século passado depois devolvida à França pelos Aliados no final da Segunda Grande Guerra. A base MALTA pode se localizar sob território alemão próximo à fronteira, no entanto acontece de estar em solo francês, e isso pode ser por estar essa base situada em uma das instalações subterrâneas construidas pelos nazistas antes ou imediatamente após a Segunda Grande Guerra, instalações que os franceses não descobriram após retornar à região depois da guerra. Com relação ao centro da ITT em New Jersey, também se diz que tem uma conexão com a rede nacional-internacional Sub-Global, conforme declara Al Bielek.
A Krupp AG, atualmente ThyssenKrupp AG, à uma empresa cuja sede se localiza em Essen, na Alemanha. Constitui-se num dos principais grupos industriais do paÃs, tendo se destacado na produção de aço, armas, munições e equipamentos. Seu registro oficial era Fried. Krupp AG.
Foi fundada por Friedrich Krupp (1787 â 1860) em 1811, mais tarde o seu filho, Alfred Krupp (Essen, 1812 â Essen, 1887), assumiu a direção da empresa, tendo aumentado de quatro para vinte mil o número de seus empregados.
A empresa inventou o aro de roda inteiriço para os trens, o que representou um considerável progresso para as ferrovias em todo o mundo. Aperfeiçoou, também, um método para fundir canhões de aço, o que auxiliou a Prússia a derrotar a Ãustria em 1886 e a França em 1870, dando à famÃlia Krupp o controle da indústria de armas do Império Alemão.
Friedrich Alfred Krupp (Essen, 1854 â Essen, 1902), filho de Alfred Krupp, expandiu os negócios da empresa rumo à construção naval. Os canhões de longo alcance, que bombardearam Paris na Primeira Guerra Mundial receberam o nome de sua filha, Bertha. Ela se casou com o barão Gustav von Bohlen und Halbach (Haia, 1870 â Blühnbach, 1950), um dos sustentáculos do nazismo, que recebeu o consentimento do Kaiser Guilherme II da Alemanha para usar o nome Krupp. Ele tornou-se, então, o chefe da empresa.
Após a Primeira Guerra Mundial, os aliados reduziram a produção de aço da empresa e proibiram que ela fabricasse munições. Concentrando-se na produção de artigos para tempos de paz, Gustav Krupp reconstruiu a companhia. Mas durante o governo de Adolf Hitler, a famÃlia Krupp voltou a fabricar armas, com destaque para a fabricação dos grandes canhões Schwerer Gustav.
Após a Segunda Guerra Mundial, Gustav Krupp não foi julgado como criminoso de guerra por motivo de doença, mas seu filho, Alfred Krupp von Bohlen und Halbach (Essen, 1907 â Essen, 1967), foi condenado a doze anos de prisão, sendo a companhia confiscada.
Em 1953, Krupp foi perdoado pelo comissário John J. McCloy e a empresa voltou às suas mãos. Krupp adquiriu então novos equipamentos e transformou a fábrica numa das principais da Europa, ao fundar uma sociedade que foi o ponto de partida de um poderoso "Konzern" (conglomerado de empresas que não chegam a constituir uma fusão completa) com a siderúrgica Thyssen.
A Segunda Guerra sob o olhar de brasileiros. “Alemanha 1938” é o único livro que aborda as experiências de um militar do Brasil e sua família na Alemanha de Hitler. Alemanha, final dos anos 1930. Adolf Hitler e seu governo nazista estão no poder. O povo alemão o saúda. Mas não as crianças brasileiras que estavam ali.
“Em algumas dessas aparições públicas de Hitler em Essen, Lourdes [11 anos], Izza [10 anos] e Albinha [8 anos] puderam até mesmo, vê-lo de longe. Em uma dessas vezes, ao vê-lo passar, ‘ousaram’ não fazer a saudação nazista (levantando o braço direito esticado) e, sem saber de onde, acabaram levando um tapa na cabeça de algum alemão indignado!”
Assim, o escritor Eduardo Infante (que é filho de Lourdes) retoma, de maneira única, as barbaridades da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em seu livro Alemanha 1938 – um militar brasileiro e sua família na Alemanha nazista. Isto porque, a obra, lançada pela Prata Editora, é a única no Brasil que traz vivências de uma família de brasileiros em terras nazistas.
Por meio de relatos de seus familiares e também de informações fornecidas pelo Exército Brasileiro, Infante conta como o seu avô, o marechal Gellio de Araújo Lima (que na época, era major), levou sua esposa, Alba, suas quatro filhas (além das já citadas, havia também, Laís, com três anos), sua cunhada Yolanda e a empregada doméstica, Inésia, para a cidade de Essen, zona industrial alemã, às vésperas da Segunda Guerra, mas sem imaginar que o conflito explodiria. O motivo da viagem era a compra de armamentos para o Brasil (autorizada pelo Presidente Getúlio Vargas) e a Alemanha era referência neste tipo de fabricação.
“A família vivenciou o dia a dia dos alemães, a rotina das crianças na escola, fazer compras, passear e viajar nos finais de semana, férias, frequentar reuniões e festas nas casas de oficiais alemães e da elite social de Essen. Sua estada estava programa para durar cinco anos, mas tudo mudou com a guerra”.
Desta forma, em Alemanha 1938, Infante traça o contexto sócio-político-econômico da Europa (e o compara com o Brasil), sem se esquecer dos relacionamentos da família, em maior ou menor grau, com os alemães, fossem eles católicos, judeus ou nazistas. Neste quesito, vale destacar a amizade entre Alfried Krupp, o homem mais rico da Alemanha naqueles tempos, e Gellio.
“Com a amizade entre o major brasileiro e o Sr. Krupp, a família de Gellio teve algumas surpresas e descobriu que passaram a ter algumas regalias na cidade. Era comum irem a vários estabelecimentos comerciais e, depois de escolherem o que queriam, eram informados de que não precisariam pagar, pois seria uma cortesia do estabelecimento e das empresas do grupo Krupp”.
Dentre os amigos judeus, os Araújo Lima mantinham relações com os vizinhos Frida e Sammuel.
“Para resolver ou, pelo menos, amenizar o problema dos amigos, Alba comprava comida para a família de judeus e a guardava em casa. Frida, a mãe judia, ia até a casa de Alba e Gellio, pegava os alimentos, em pouca quantidade, os escondia no sobretudo e atravessava a rua, sem chamar a atenção. (…) Essa era a forma que encontraram para ajudar aquela família, que estava começando a passar fome”.
Alemanha 1938 traz, portanto, um punhado de elementos europeus que cozinham dentro de um caldeirão fervente, mas cujo tempero, é brasileiro. Por ser um resgaste histórico do período da Segunda Guerra, a obra é leitura obrigatória para jornalistas, historiadores, sociólogos, militares e quaisquer outros interessados em compreender a posição do Brasil no conflito por meio do olhar exclusivo de brasileiros que vivenciaram o período.
Sobre o autor:
Eduardo Infante é formado em Administração de Empresas e Comunicação. Escritor e editor, trabalha há mais de vinte anos no segmento do livro e da cultura. Nasceu em Niteroi, no Estado do Rio de Janeiro, e mora em São Paulo, desde a infância. Elaborou um longo e detalhado trabalho de pesquisa sobre a missão militar brasileira na Alemanha, em 1938, e da viagem para Essen do marechal Gellio de Araújo Lima, que, na época, era major. Com o auxílio de valiosas informações fornecidas pelo próprio Exército brasileiro, o autor conseguiu montar um quadro bastante fiel da realidade vivida naqueles dias.
Eduardo Infante é formado em Administração de Empresas e Comunicação. Escritor e editor, trabalha há mais de vinte anos no segmento do livro e da cultura. Nasceu em Niteroi, no Estado do Rio de Janeiro, e mora em São Paulo, desde a infância. Elaborou um longo e detalhado trabalho de pesquisa sobre a missão militar brasileira na Alemanha, em 1938, e da viagem para Essen do marechal Gellio de Araújo Lima, que, na época, era major. Com o auxílio de valiosas informações fornecidas pelo próprio Exército brasileiro, o autor conseguiu montar um quadro bastante fiel da realidade vivida naqueles dias.
Ficha técnica:
ISBN: 978-85-86307-45-4
ISBN: 978-85-86307-45-4
ThyssenKrupp: entre o lucro
e o protesto
Christian Russau e
Kim Weidenberg 1
om uma receita de mais de 53
bilhões de Euros e 199 mil
empregados em todo o mundo, a
ThyssenKrupp é considerada hoje uma
das maiores empresas transnacionais
do mundo. A ThyssenKrupp trabalha
principalmente no setor da siderurgia,
na produção de armas e insumos
1 Christian Russau é politólogo, colaborador do FDCL
– Centro de Pesquisa e Documentação Chile e
América Latina, em Berlim e membro diretivo da
organização KoBra – Cooperação Brasil. Contato:
chrussau@googlemail.com
Kim Weidenberg é politóloga especializada em
desenvolvimento e bióloga. Trabalha como
assistente de um deputado do partido de esquerda
“Die Linke” no parlamento alemão. Ela também atua
na organização de direitos humanos FIANDeutschland.Contato:
Kim.weidenberg@googlemail.com
industriais, mas também atua como
prestadora de serviços. Com isso
alcançou no ano de 2008 um lucro de
quase 2,3 bilhões de Euros, sendo a
maior empresa siderúrgica e de
armamentos da Alemanha.2
A ThyssenKrupp passou a existir a
partir da fusão da Thyssen S.A. com
a Friedrich Krupp S.A., em 1999,
dando a origem à maior siderúrgica
européia. As empresas Thyssen e
Krupp provêm da indústria pesada da
região da Renânia-Vestfália e se
transformaram, com o processo de
industrialização da Alemanha, em
conglomerados industriais líderes. No
Brasil, a ThyssenKrupp está presente
em todos os estados brasileiros,
concentrando suas atividades
principalmente na região Sul e na
região Sudeste, nos estados de São
2
ThyssenKrupp: Geschäftsbericht
(2007 – 2008).
C2
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
contabilizando mais de 40 unidades.
História da Thyssen e da Krupp
Duas das maiores multinacionais
alemãs: rentabilidade e protesto
O fundador da Thyssen – August
Thyssen – por volta de 1860, na
cidade de Duisburg, a criou a
primeira empresa siderúrgica do que
mais tarde viria a se constituir um
dos maiores grupos do mercado de
siderurgia atual. Com a venda desta
empresa, em 1870, ele fundou a
Walzwerk Thyssen & Co. na região do
Vale do Ruhr, a qual a partir de
estratégias empresariais de fusões e
aquisições de outras empresas
extratoras de carvão mineral se
transformou na maior empresa
siderúrgica e mineradora da Europa,
com minas de carvão próprias,
conexão ferroviária e porto exclusivo
no Rio Reno.
A Friedrich Krupp LTDA. surgiu a
partir do negócio da família Krupp.
Em 1811, Friedrich Krupp fundou na
cidade de Essen uma oficina de
fundição3
e, mais tarde, uma fábrica
de aço, que veio a ser, no final do
século XIX, a maior empresa de
armamentos da Alemanha. Sua
evolução foi muito rápida, de modo
que se por volta de 1830 a empresa
Krupp contava com apenas 340
operários, em 1840 já eram cerca de
2.000. Apenas a fábrica de aço de
fundição de Alfred Krupp ocupava,
em 1849, 109 trabalhadores, em
1856 eram aproximadamente 1.000,
em 1860 1.800, em 1870 mais de
7.000 e em 1873 quase 12.000
operários.4
o ano de 1868, mais da
metade da população de Essen
era dependente da Krupp.5
A sede da
empresa contava com polícia, corpo
de bombeiros e regras de trânsito
próprias, transformando-a em uma
cidade independente dentro da
cidade.6
A Krupp iniciou desde cedo a
construção de moradias para seus
trabalhadores, porém, segundo
3http://library.fes.de/fulltext/bibliothek/tit00148
/0014801a.htm
4Klaus Tenfelde: „Alles in angestrengtester
Thätigkeit“ Die deutsche Montanwirtschaft im
Zeitalter der Reichsgründung 1850-1874.
Deutsches Historisches Museum 2007.
5Christel Jungmann : Das System Krupp. Der
Patriarch und seine Arbeiter. Deutschlandradio
2004.
6Christel Jungmann : Das System Krupp. Der
Patriarch und seine Arbeiter. Deutschlandradio
2004.
N3
historiadores sociais, não movida por
compromisso social, mas por pura
necessidade de obtenção de um
crescimento acelerado e da garantia
de controle sobre sua mão-de-obra.7
Eram necessários operários para a
ampliação massiva da Krupp,
entretanto esses tinham dificuldades
em encontrar moradias próximas à
fábrica. Se em 1840 oito pessoas, em
média, habitavam as casas de um ou
dois andares nas imediações da
empresa Krupp, em meados de 1860
chegavam a ser de 18 a 24 pessoas
debaixo de um mesmo teto em alguns
bairros.8
A falta de moradia
dificultava a atração de novos
trabalhadores e poderia, deste modo,
prejudicar o crescimento da
empresa.9
Assim, Krupp decidiu
construir moradias para os
operários.10 O mesmo foi feito, por
exemplo, em Berlim pela empresa
Siemens, onde existe até hoje um
bairro chamado “Siemensstadt”. Sem
dúvida a Krupp prestava mais
7
Klaus Tenfelde: „Alles in angestrengtester
Thätigkeit“ Die deutsche Montanwirtschaft im
Zeitalter der Reichsgründung 1850-1874.
Deutsches Historisches Museum 2007.
8
Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
9
Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
10 Klaus Tenfelde: „Alles in angestrengtester
Thätigkeit“ Die deutsche Montanwirtschaft im
Zeitalter der Reichsgründung 1850-1874.
Deutsches Historisches Museum 2007.
benefícios sociais que outras
empresas, o que levou muitos
trabalhadores, durante muitas
gerações, a se identificarem com
orgulho como “kruppianos”.
orém, havia um truque por trás
disso: o trabalhador que
chegasse mais de cinco minutos
atrasado, era penalizado com um
desconto salarial de uma hora de
trabalho – esse dinheiro era
destinado ao seguro de saúde da
empresa.11 Desta maneira, controle e
disciplina se somavam à “preocupação
social”. Além disso, todos os
trabalhadores tinham que pagar 2,5%
do seu salário para o fundo de
pensão. Entretanto, só recebia
aposentadoria quem tivesse
trabalhado por no mínimo 15 anos
sem interrupção para a empresa
Krupp.12 Mas isso era difícil: o
trabalho nas fundições e nos fornos
de alta temperatura era árduo
demais. Fora isso, trabalhadores
eram demitidos propositalmente pela
Krupp pouco antes de completarem
15 anos na empresa. Entre os anos
11 Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
12 Die Familie und die Firma Krupp in Essen -
Aufstieg und Niedergang:
http://www.essener.org/krupp.htm
P4
1885 e 1907, 90% dos exempregados da Krupp não recebiam a
aposentadoria da empresa13
.
Krupp sempre dominava e tinha o
controle sobre seus operários:
“Precisamos de uma polícia secreta”
escreveu Alfred Krupp em 1872 à sua
administração, “um controle sobre os
trabalhadores, sobre seu passado,
desde sua origem até o presente;
seus relacionamentos, sua conduta,
sua moral, sua pureza e ordem. Nada
deve permanecer desconhecido, do
marido, da esposa, das crianças.”14
Alfred Krupp se reconhecia como
amigo do imperador e inimigo da
social-democracia.
Assim, Krupp submetia seus
empregados e locatários a uma
severa vigilância através de seus
administradores. Alfred Krupp disse
em 1883: “Nós só podemos prosperar
com ordem militar e controle
contínuo, o que precisa ser
introduzido por determinação e para
todos os tempos”. Quem lia jornais
13 Die Familie und die Firma Krupp in Essen -
Aufstieg und Niedergang:
http://www.essener.org/krupp.htm
14Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
social-democráticos, era despedido.15
A desocupação da moradia no mesmo
dia da demissão também era
obrigatória para quem perdia o
emprego na fábrica.16 Krupp exigia
silêncio, ordem e disciplina nas suas
colônias. Seu lema era “ou
“kruppiano” ou “social-democrata”.17
Os assentamentos dos trabalhadores
eram propositalmente construídos de
forma dispersa, para evitar maiores
agrupamentos de pessoas.18 Não
deveria haver discussões, tumultos e
muito menos greves.
idéia de Krupp de vincular
certos benefícios sociais com
um controle estrito foi brilhante do
ponto de vista empresarial. Por
exemplo, em 1872, quando operários
de 40 minas de carvão fizeram greve
por um aumento salarial e redução da
jornada de trabalho, ninguém se
rebelou na Krupp, ao mesmo tempo
15 Christel Jungmann : Das System Krupp. Der
Patriarch und seine Arbeiter. Deutschlandradio
2004.
16 Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008; Die Familie und die Firma Krupp in
Essen - Aufstieg und Niedergang:
http://www.essener.org/krupp.htm
17Christel Jungmann : Das System Krupp. Der
Patriarch und seine Arbeiter. Deutschlandradio
2004.
18 Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
A5
em que na vizinhança mais de 40.000
trabalhadores estavam em greve.19
Em 1912, a empresa Krupp apostou
novamente todas as fichas no
impedimento de uma greve. Em março
deste ano formou-se uma grande
greve de carvoeiros na região do
Ruhr, da qual chegaram a participar
mais de 200.000 operários.20 Com o
objetivo de ampliar o apoio que a
empresa ganhava do Estado alemão, o
chefe da empresa, Gustav Krupp von
Bohlen und Halbach a empresa
utilizava-se da influência que
encontrava no cenário político da
época, utilizando como moeda de
troca seu enorme poderio econômico.
Por exemplo, por ocasião desta
greve, o funcionário escreveu ao
imperador Guilherme II no dia 12 de
março de 1929: “algumas grandes
greves, terminadas com uma
substancial derrota dos
trabalhadores”, prejudicam de tal
forma o prestígio do Partido Socialdemocrata (SPD) “que a insinuação de
sua incessante “marcha da vitória”
com a qual eles agora arrastam as
19 Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
20 Astrid Brand: Der Kaiser befahl:
"Scharfschießen". Beim Streik von 1912 waren
Gewerkschaften uneinig. 1987
massas, talvez possa ser
interrompida”.21 Como efeito
benéfico da derrota das lutas
trabalhistas, ele previa a mudança de
todas as nossas relações políticas da
Alemanha. Movidos por esses
interesses, os governadores
reagiram: por conseqüência da
incursão de 5.000 soldados armados,
a frente de luta dos operários foi se
desfazendo a partir do dia 16 de
março de 1912 e a greve foi
declarada como terminada no dia 19
por votação geral dos
trabalhadores.22
A ascensão da Krupp à posição de
“Fábrica de armamentos da Nação”
Por volta do ano de 1850, o filho de
Friedrich Krupp, Alfred Krupp,
patenteou uma roda para trens, que
Krupp vendeu durante décadas à
maioria das companhias ferroviárias
norte-americanas23, e que justifica
grande parte de seu êxito.
21 Astrid Brand: Der Kaiser befahl:
"Scharfschießen". Beim Streik von 1912 waren
Gewerkschaften uneinig. 1987
22 Astrid Brand: Der Kaiser befahl:
"Scharfschießen". Beim Streik von 1912 waren
Gewerkschaften uneinig. 1987
23 Matthias Schulz: Das Erbe des Kanonenkönigs.
SPIEGEL extra - METROPOLEN 63/2008,
13.10.20086
Depois de várias tentativas de
produzir os primeiros canhões e
peças de artilharia, Krupp logrou
vender, em abril de 1860, 312
canhões de aço ao Reinado da
Prússia. A venda em toda a Europa,
com exceção da França, à qual Krupp
se negava a vender, pois considerava
o país inimigo da Alemanha,24
estourou em seguida. Em 1861, Krupp
desenvolveu o pesadíssimo martelo
de força a vapor chamado “Fritz”,
que possibilitou a produção de aço em
massa. Naquela ocasião, o modelo
era o maior no mundo: apenas sua
cabeça pesava 50 toneladas.
Testemunhas da época afirmam que,
quando era acionado, a louça da
mansão dos Krupp, que se encontrava
nas imediações da fábrica, saltava do
armário.25
om os canhões de aço da Krupp
a Prússia ganhou, em 1864, a
guerra com a Dinamarca, que na
ocasião ainda usava canhões de
bronze. Em 1866 estourou a chamada
“guerra alemã” entre a Prússia e a
Confederação Alemã (Áustria, Reino
24 Ralf Berhorst: Die Krupp-Saga. Spiegel,
03.05.2008
25 Matthias Schulz: Das Erbe des Kanonenkönigs.
SPIEGEL extra - METROPOLEN 63/2008,
13.10.2008
da Saxônia, Baviera, Hannover,
Wurttemberg, Hessen, Baden e
outros), na qual foram utilizados os
canhões da Krupp por ambos os lados.
Graças a esses inovadores canhões, a
Krupp se tornou um dos maiores
produtores de armamentos da
Europa – posição que ocupou até
1945.
Na exposição mundial de Paris, em
1867 , Krupp expôs um de seus
canhões de aço, que se tornou
fenômeno de vendas. Relatos contam
que os canhões de Krupp eram
admirados pelos cidadãos
parisienses. Três anos mais tarde, os
mesmos canhões foram usados pelos
alemães para massacrar Paris, de
forma que a vitória alemã na guerra
entre a França e a Alemanha, nos
anos 1870 e 71, foi determinada
principalmente pelo maior alcance
dos canhões prussianos (mais de 4
km) em relação aos canhões de
bronze dos franceses. Após a guerra,
Bismarck conseguiu persuadir os
estados do sul da Alemanha a
ingressarem na Confederação da
Alemanha do Norte e, assim, foi
fundado o Reino da Alemanha
(Deutsches Reich). No dia 18 de
C7
Janeiro de 1871, Guilherme I foi
proclamado imperador no castelo de
Versalhes na França, do outro lado,
os canhões Krupp fizeram a sua parte
e enriqueceram ainda mais o grupo
Krupp. Ainda hoje uma das principais
atrações turísticas em Berlim é a
“Siegessaule” ou “pilar da vitória”, um
monumento militar que celebra a
vitória da Alemanha sobre a França,
e que é adornado com canhões
remanescentes da guerra francoalemã, que foram posteriormente
banhados em ouro.
Em 1912, Krupp anunciou a patente
do primeiro aço inoxidável: “Nirosta”.
Esse foi mais um passo da expansão
do Império Krupp. Não obstante, foi
a produção de armamentos que fez
Krupp rico e temido mundialmente.
Krupp não se abalava nem com a
exploração: durante a Primeira
Guerra Mundial, com a concessão do
governo imperial alemão, o grupo
empresarial sujeitou trabalhadores
belgas a trabalhos forçados na
região do vale do Ruhr, no outono de
1916. Em virtude de protestos
internacionais, o Imperador liberou
esses trabalhadores no início de
1917.26
arma mais conhecida da casa
Krupp é, provavelmente, o
morteiro “Dicke Berta”
27 ou “Berta
Gorda”, utilizado na Primeira Guerra
Mundial. Este era um morteiro de 42
cm que servia para atacar fortalezas.
Krupp vendeu cada peça de artilharia
da marca “Dicke Berta” ao exército
alemão por 1 milhão de Marcos e
tinha capacidade para 2.000 tiros.
Segundo estimativas, cada tiro
custava 1.500 Marcos. Foram
produzidas duas variações da “Berta
Gorda”, uma menor com 42,6
toneladas e uma maior pesando 150
toneladas e para cujo transporte
eram necessários 10 vagões de trem.
O alcance desses canhões ficava
entre 9 e 12 km. Após o fim da
Primeira Guerra Mundial, o Contrato
de Versalhes previa a destruição ou a
entrega dessa artilharia aos Aliados.
Porém, um exemplar da “Berta
Gorda” ficou oculto nas instalações
da empresa Krupp e foi novamente
introduzido no exército alemão e
26 Seidel, Hans Ch / Tenfelde, Klaus: Zwangsarbeit
im Bergwerk. Der Arbeitseinsatz im Kohlenbergbau
des Deutschen Reiches und der besetzten Gebiet
im Ersten und Zweiten Weltkrieg. 2005
27 de.wikipedia.org/wiki/Dicke_Bertha
A8
utilizado por ele na Segunda Guerra
Mundial. A primeira reutilização do
morteiro foi no dia 7 de Junho de
1942 na ocupação de Sewastopol na
península de Krim. Em 1943, ele foi
utilizado na repressão da insurreição
do Ghetto de Varsóvia. Durante a
Segunda Guerra Mundial, Krupp
fabricou para os nazistas os canhões
“Schwerer Gustav” ou “Gustavo
Pesado” e “Dora”, produzidos entre
1937 e 1941, e com um alcance de 28
a 47 km. Apenas dois exemplares
desses canhões foram produzidos, já
que, segundo historiadores militares,
a sua produção e utilização eram
tidas como “as maiores e mais
complexas do mundo”.
Krupp e o negócio de armas na
América do Sul
Krupp também vendia suas armas na
América do Sul.28 O massacre da
28 William F. Sater, Holger H. Herwig: The Grand
Illusion: The Prussianization of the Chilean Army.
1999
William F. Sater / Holger H. Herwig: The Art of the
Deal, em: Girding for battle: the arms trade in a
global perspective, 1815-1940
Jan Döhler: Die Rüstungsgeschäfte des Hauses
Krupp mit Argentinien 1887-1914.
Wissenschaftlicher Verlag Berlin, 2006
Jürgen Schaefer: Deutsche Militärhilfe an
Südamerika: Militär- und Rüstungsinteressen in
Argentinien, Bolivien und Chile vor 1914.
Bertelsmann Universitätsverlag, 1974
Heinz Sanke: Der deutsche Faschismus in
Lateinamerika, 1933-1943
população e a destruição da cidade
de Canudos no sertão brasileiro em
1897, retratada na obra “Os
Sertões” de Euclides da Cunha,
também ocorreu através da
artilharia de Krupp. Naquela época,
as armas do exército brasileiro
procediam das fábricas de
armamento da Krupp na região da
Renânia. Canudos foi destruída no dia
5 de outubro de 1897, depois de
quase um ano de resistência. Os dois
canhões Krupp também fizeram a sua
sangrenta obra.29
Diversos países da região escolheram
o exército alemão como modelo no que
diz respeito a treinamento,
equipamento, estratégia e tática
militar: instrutores militares
prussianos eram responsáveis pela
formação do exército da maioria dos
estados sul-americanos nessa época.
No Chile, isso foi chamado de
“prussianização do exército chileno”.
Peter Lock: Rüstung 'Made in Germany' und
Industrialisierung in Lateinamerika, em:
Lateinamerika Analysen und Berichte 11: Deutsche
Geschäfte, Junius, 1987
Seligmann, Michael: Fugger, Gildemeister, Schacht
und Krupp Über den Anteil der deutschen
Wirtschaft an der Eroberung und Ausbeutung
Lateinamerikas 1492-1992, em: Lateinamerika
Analysen und Berichte 15 - Conquista, Kapital und
Chaos, Junius, 1991
29 Ursula Prutsch: Brasilien 1889 - 1985. Von der
Ersten Republik bis zum Ende der Militärdiktatur.
Institut für Geschichte der Universität Wien 9
Krupp também tinha um papel nesse
jogo. O instrutor militar no Chile era
alemão e conseguiu arranjar
encomendas lucrativas: em março de
1890 Krupp ganhou o concurso de
armas de fogo do exército chileno
contra a concorrente francesa “de
Bange”, já que o assessor prussiano
havia passado a Krupp informações
sensíveis sobre o corpo de oficiais do
exército chileno que lhe garantiriam
vantagens competitivas. A Krupp e o
Chile selaram um acordo de compra de
canhões no valor de 1,6 milhões de
Marcos. Segundo os números da
empresa Krupp, Santiago comprou, em
1890, armas no valor de 6,5 milhões de
Marcos, em 1894 foram 36 milhões,
em 1895 102 milhões e em 1898 136
milhões de Marcos. Ao país
concorrente, a Argentina, Krupp
vendeu, entre 1907 e 1913,
armamentos num valor aproximado de
100 milhões de Marcos. O valor da
importação boliviana de armas
provenientes da Alemanha cresceu de
8 milhões de Marcos, em 1909, para
25 milhões, em 1912, e o maior
fornecedor era a Krupp. No final do
século XIX, a siderúrgica alemã Krupp
já dominava o mercado de artilharia da
América do Sul.
O mais lucrativo para Krupp era
aproveitar-se das tensões políticas
entre os Estados e assim garantir
encomendas de ambos os lados. Nos
anos de 1890, Chile e Argentina eram
os negócios mais rentáveis de Krupp.
Para isso, Krupp enviava
representantes diretamente a
Santiago e a Buenos Aires para que
vendessem a um dos lados as últimas
novidades em artilharia da casa Krupp,
para logo em seguida informar o país
vizinho sobre o novo armamento do
inimigo e, assim, convencê-lo a
igualmente comprar as armas da
Krupp.
utra instituição alemã também
teve papel importante nisso
tudo: o Deutsche Bank (Banco
Alemão), cujos interesses se alinhavam
não raro com os da Krupp. Na crise
entre o Chile e a Argentina, em 1895,
a Krupp vendeu ao Chile armamentos
no valor de 3,75 milhões de Marcos.
Como a Krupp tinha os preços mais
altos do mercado o negócio só
conseguiu ser fechado porque o
Deutsche Bank (Banco Alemão)
contribuiu com um quarto (20 milhões
de Marcos) em um crédito da
Rothschild & Son em Londres. Assim, a
O10
Krupp conseguiu a encomenda. Hoje em
dia isso se chama “auxílio à economia
externa” ou “cobertura de créditos de
exportação”, quando o governo alemão
assume garantias nos negócios de
grupos econômicos privados. Na guerra
do Chile contra o Peru e a Bolívia,
entre 1879 e 1884, Krupp vendeu
armas a todas as partes envolvidas.
Krupp e os nazistas 1933 – 1945
Historicamente, a família Krupp
sempre foi próxima aos governos e
soberanos da Alemanha (uma exceção
foi a República de Weimar, cuja
orientação social-democrata não
agradava a Krupp). Sob o regime
nazista, Krupp se tornou uma “empresa
nacional-socialista exemplar”. O
dirigente da corporação na época era
Alfried von Bohlen und Halbach30, neto
de Friedrich Albert Krupp, este último
neto de Friedrich Krupp, fundador do
empreendimento. Alfried Krupp era
membro da “Schutzstaffel” ou SS -
organização paramilitar do partido
nazista, desde 1931. Em 1935, ele se
tornou membro do corpo de aviadores
dos nazistas, onde alcançou um dos
postos mais altos de comandante
30http://de.wikipedia.org/wiki/Alfried_Krupp_von_
Bohlen_und_Halbach
(“Standartenfuehrer”). Em 1937, foi
nomeado por Hitler como responsável
pela economia do departamento de
defesa. Em 1938, se tornou membro
do Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (NSDAP), o
partido nazista de Adolf Hitler. No
dia 12 de novembro de 1943, Hitler
promulgou uma lei, a chamada Lex
Krupp, que permitia à empresa deixar
de ser uma sociedade anônima e se
tornar “uma empresa familiar com
sucessão de regulamentação especial”.
Essa lei permitiu à Família Krupp uma
economia de milhões de Marcos em
impostos sobre a herança.
A história de Fritz Thyssen31
,
proprietário da Thyssen, demonstra
que a relação de um importante
industrial alemão com os nazistas
também podia ser um pouco diferente.
Fritz Thyssen era, desde o início dos
anos 1930, financiador dos nazistas e
se tornou, em 1933, membro do
Parlamento pelo NSDAP. Porém, não se
pode omitir que Fritz Thyssen, ao
contrário de muitos outros alemães,
criticava abertamente a perseguição
aos judeus. Thyssen também rejeitava
31http://de.wikipedia.org/wiki/Fritz_Thyssen 11
o assalto alemão à Polônia e, depois de
escrever isso em um telegrama público
ao nazista Hermann Goering, fugiu com
a sua família para a Suíça, e em
seguida para a França, no dia 2 de
setembro de 1939. Em consequência
disso, os nazistas desapropriaram
Thyssen. A França extraditou e
entregou Fritz Thyssen e a sua esposa
Amelie à Alemanha no final dos anos
1940. Lá ele foi levado a diversos
campos de concentração (em condições
de “encarceramento de honra”): no
campo de Sachsenhausen, Buchenwald,
na prisão de Regensburg e, finalmente,
no campo de Dachau. Após o final da
guerra, Thyssen foi internado pelos
aliados e, em 1948, solto. Uma corte
de julgamento do processo de
“desnazificação” nesse mesmo ano
qualificou a sua culpabilidade como
mínima. Diferente do caso de Krupp:
segundo estimativas, a empresa Krupp
se aproveitou de 100.000 prisioneiros
dos campos de concentração para
trabalhos forçados durante a Segunda
Guerra Mundial.
Krupp: “desnazificado” e punido?
Alfried Krupp foi responsabilizado
criminalmente pela cooperação com o
regime nazista e pela exploração de
trabalho forçado nos processos de
Nuremberg entre 1947 e 1948. A
acusação no processo de Nuremberg,
do dia 1 de julho de 1947, incriminou
Alfried Krupp de atentado contra a
paz; participação em saqueio e roubo
nas regiões ocupadas da França e
Holanda; deportação, exploração e
abuso com fins de escravatura;
emprego ilegal de presos de guerra
para a produção de armamentos; assim
como conspiração. O chamado
“processo Krupp” foi o décimo dos
doze processos contra os nazistas e
seus colaboradores. Alfried Krupp e
todos os membros ainda vivos da
diretoria da empresa Krupp foram
culpados, em julho de 1948, de crime
contra a humanidade e infração do
direito de guerra, tal como saqueio e
escravatura, e condenados a 12 anos
de prisão e confiscação de todos os
seus bens. Contudo, a apreensão dos
bens não ocorreu nas zonas de
ocupação ocidental, apenas nas zonas
soviéticas. Alfried Krupp von Bohlen
und Halbach cumpriu sua pena num
presídio militar em Landsberg am Lech
até ser precocemente libertado no dia
31 de janeiro de 1951. 12
O confisco dos bens de Krupp também
foi suspenso. Krupp e a sua empresa
voltaram a se erguer na República
Federal da Alemanha, chamado o “país
dos milagres econômicos”. Pouco antes
de sua morte, Alfried Krupp criou uma
fundação que é até hoje a maior
acionista da ThyssenKrupp e uma das
maiores fundações da Alemanha: a
Alfried Krupp von Bohlen und HalbachStiftung.
No período pós-guerra, Krupp alcançou
uma ascensão econômica meteórica.
Durante a crise do aço e do carvão no
final dos anos 80, 200.000 postos de
trabalho no setor siderúrgico e
300.000 no setor carvoeiro estavam
ameaçados na região do Ruhr.32 Na
empresa Krupp ocorreram protestos,
manifestações e greves em massa: no
dia 10 de dezembro de 1987, na cidade
de Duisburg, operários da Krupp
sitiaram uma ponte do rio Reno e
protestaram contra o fechamento de
uma fábrica. Essas manifestações são
consideradas os maiores protestos de
trabalhadores na história da República
Federal da Alemanha e ficaram
marcadas na história através da
32http://www.geschichte.nrw.de/artikel.php?jahr
[jahr]=1987
expressão: “O pote está fervendo!”,
pois a região do Vale do Ruhr também
é chamada de “pote” – Ruhrpott.
Atualmente, a ThyssenKrupp é
economicamente ativa em mais de 70
países. No contexto da atual crise
mundial financeira, a ThyssenKrupp foi
a primeira grande empresa alemã a
anunciar, em dezembro de 2008 –
enquanto os setores da política e da
economia alemã ainda negociavam os
chamados “pacotes de ajuda” – que não
poderia abster-se da demissão de
trabalhadores.
Krupp – e a piada política dos
trabalhadores
O poder econômico de Krupp sempre
se beneficiou das boas relações com
os dirigentes alemães: Friedrich
Albert Krupp, neto do fundador da
empresa, por exemplo, buscou, como
seu pai, a proximidade dos
imperadores alemães. De um lado, isso
trouxe vantagens para a empresa na
prestação de serviços ao Estado. Mas
por outro, também resultou em
discordâncias por parte dos
trabalhadores. Depois da “Revolução
de Novembro”, após a renúncia do
imperador Guilherme II em 1918, 13
grande parte dos trabalhadores
cantavam, na melodia de uma canção
de natal, uma piada sobre a relação de
Krupp com o Imperador :
“Ó pinheirinho, ó pinheirinho
O Imperador se demitiu.
Agora ele compra uma marmita,
E começa a trabalhar na Krupp em
Essen!”
33
essa não foi a única vez que
Friedrich Krupp foi atacado
com canções que o ridicularizavam
politicamente: parte dos operários
alemães, que eram contrários à
política colonial alemã na África,
compuseram, em 1898, uma cançãopiada contra o colonialismo - “Bíblia e
Rifle” - na melodia de uma antiga
canção popular.
“Nós temos missionários afiados, Juchhei!
A aguardente, o Krupp e o rifle Mauser, os
três!
Assim levamos “cultura” para África,
carregada!
Mete bala! Halleluja!
Piff paff, Piff paff, hurra!
Ó África feliz!”
34
33 Tradução: Karina Tollara d´Alkimin. Com a
melodia de "O Tannenbaum". Original em:
https://www.lwl.org/pipermail/westfaelischegeschichte/2004-August/000690.html
Em 1967, a canção “Krupp e Krause”
foi composta por Erwin Jedamus.
Nela, Krupp é sinônimo de capitalismo
e Krause incorpora o trabalhador. A
primeira estrofe diz o seguinte:
“O que Krause produz em uma hora
vale mais do que 5 Marcos.
O valor agregado é cobrado por Krupp,
porque é dele a fábrica.
E milhares de colegas passam pelo mesmo
que Krause a cada dia:
o Sr. Krupp sempre fica com o valor
agregado,
como rendimento do capital.
Porque Krupp é o Senhor do monopólio,
e Krause o proletário.
Esta é a contradição de classes,
que todo mundo entende.”
35
Historicamente, a Krupp sempre foi
uma das empresas mais controversas
da Alemanha – admirada e temida por
uns, odiada por outros. E assim
continua sendo até hoje. Como o
capitalismo, suas contradições e
explorações extrapolam as fronteiras
européias e alcançam todos os países
em que a empresa se faz presente.
34 Tradução: Karina Tollara d´Alkimin. "Bibel und
Flinte", com a melodia de "Es klappert die
Mührauschenden Bach". Original em:
http://www.folkworld.de/32/d/pfaff.html
35Tradução: Karina Tollara d´Alkimin (Instituto
Rosa Luxemburg Stiftung). Original em:
http://blog.schockwellenreiter.de/381
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