AS VEIAS ABERTAS DA AMERICA LATINA



Por Nelson 02/08/2003 às 07:50

Veja como, há 27 anos, Galeano já denunciava a expansão dos EUA para dentro de nossas fronteiras, na região Amazônica; é preciso criar uma consciência para a defesa de nosso território, de nossas riquezas e de nossa dignidade.


GALEANO PREVIA EM 1976 TOMADA DA AMAZÔNIA PELOS EUA


NELSON CHOUERI JUNIOR


Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, como fruto de um exaustivo trabalho de pesquisa, faz uma série de denúncias em sua célebre obra “As Veias Abertas da América Latina”. Ao relatar o depoimento de um general brasileiro no Congresso Nacional, durante uma investigação a respeito de atividades clandestinas e legais perpetradas por norte-americanos, em território brasileiro: “...o general Riograndino Kruel afirmou, diante da comissão de inquérito do Congresso, que “o volume de contrabando de materiais que contém tório e urânio alcança a cifra astronômica de um milhão de toneladas”. Algum tempo antes, em setembro de 1966, Kruel, chefe da Polícia Federal, denunciara a “impertinente e sistemática interferência “de um cônsul dos Estados Unidos no processo aberto contra quatro cidadãos norte-americanos acusados de contrabando de minerais atômicos brasileiros. A seu juízo, se houvesse sido encontrado com eles quarenta toneladas de material radiativo era suficiente para condená-los Pouco depois, três dos contrabandistas fugiram misteriosamente do Brasil. O contrabando não era um fenômeno novo, embora tivesse intensificado muito. O Brasil perde a cada ano mais de cem milhões de dólares, segundo certas estimativas, somente pela evasão clandestina de diamantes em bruto. Mas na realidade o contrabando só se faz necessário (aqui, Galeano assume, ironicamente a visão dos beneficiados com a espoliação das riquezas brasileiras) em medida relativa. As concessões legais arrancam do Brasil, comodamente, suas mais fabulosas riquezas naturais. Para citar mais um exemplo, a maior jazida de nióbio do mundo, que está em Araxá , pertence à filial da Niobium Corporation, de Nova Iorque. Do Nióbio provêm vários metais que se utilizam... em reatores nucleares, foguetes e naves espaciais, satélites ou simples jatos. A empresa também extrai, de passagem, junto com o nióbio, boas quantidades de tântalo, tório, urânio, pirocloro e terras raras de alto teor mineral.”

Nessa investigação do Congresso de meados da década de 60 apurou-se que foram vendidas a norte-americanos uma faixa contínua do território nacional de forma a isolar a região amazônica do resto do país. Em tais áreas os estrangeiros intensificaram campanhas de esterilização de mulheres, dando a entender que pretendiam a médio e longo prazo, descaracterizar a Amazônia como território brasileiro. Recentemente circulou pela internet um mapa copiado de um suposto livro de geografia da escola fundamental norte-americana; este mapa exibe nosso país destituído da região amazônica – quase metade de nosso território. E a região amazônica é apresentada como “território internacional”.

E, para concluir esta incursão no conhecimento de como os Estados Unidos conduziram sua relação conosco e com os demais países do mundo, leia a página da internet do “Diário de São Paulo” de 21 de julho de 2003 apresentada abaixo.




EUA vão fiscalizar floresta amazônica

30/07/2003 - 01:20 - Mundo
Washington - O Governo americano lançou, nesta semana, um programa para combater a exploração ilegal de madeira em países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. Em seu primeiro ano, o programa, anunciado pelo secretário de Estado, Colin Powell, prevê o investimento de US$ 15 milhões na fiscalização e preservação das florestas. Inicialmente, o dinheiro deve ser aplicado em projetos na Amazônia e em florestas na América Central, sul da Ásia e na bacia do rio Congo, na África. “Vamos ajudá-los a proteger suas árvores de mogno e, ao mesmo tempo, estimular o comércio legal do recurso”, disse Powell. Os Estados Unidos estão entre os maiores importadores de madeira do mundo.
Fonte: Diário de São Paulo



Há uma óbvia coerência entre o que os Estados Unidos praticaram nos anos 60, e o desmembramento que o Secretário de Estado Colin Powell está anunciando; como nenhum país amazônico pediu ajuda na referida “fiscalização”, a única explicação é a de que o governo daquele país está se preparando para tomar posse da Amazônia, dentro de um plano que vem se desenvolvendo há décadas.

Separata do livro “Consciência Ambiental” em preparo.
Copiado da obra de Galeano “As Veias Abertas da América Latina”, Paz e Terra, 31.a edição, pp. 151 e 152.

COMO DEFENDER A AMAZÔNIA BRASILEIRA
Coronel Claudio 03/08/2003 18:21


O texto do Nelson é muito oportuno, por vários motivos. Há décadas o Exército Brasileiro se conscientizou do interesse das nações ricas, capitaneadas pelos EUA, pela nossa Amazônia (outros países sul-americanos tem em seu território cerca de um terço daquele ecossistema). O problema é que a área é grande demais para ser defendida mesmo por tropas aeromóveis, restando como única saída uma ocupação cidadã dos pontos nevrálgicos pela nossa população. Isto não é fácil, e creio que os militares precisam admitir que a política social e econômica dos governos
entre 1964 e 1985 foi equivocada no sentido de facilitar uma colonização racional e não-agressiva.

Hoje temos o pior dos mundos, com a selva transformada numa "terra de ninguém", ocupada por apenas caboclos pescadores e e garimpeiros, miseráveis e isolados; índios lutando para sobreviver com dignidade; pequenos agricultores sem a mínima infra-estrutura; bandidos e traficantes de toda ordem; grandes companhias multinacionais e nacionais de exploração de madeira, mineração industrial e criação de gado, que destróem o meio ambiente; núcleos urbanso inchados e sem perspectivas de ordenamento; e um efetivo ridículo de tropas das Forças Armadas. Agregue-se a isso um perigosos trabalho de mapeamento de recurso feito por agentes de falsas igrejas evangélicas e ONGs ecológicas de araque, que preparam o terreno para alienar gradualmente nossa soberania da região em nome da "preservação ambiental e cultural".

Ora, apenas uma estratégia firme e continuada de ocupação racional e sustentável pode barrar este processo. Mas a ofensiva dos gringos não depende tanto de ação militar, quanto política. É impossível ocupar 4 milhões de quilômetros quadrados mesmo com o Exército dos EUA, e quem conhece aquela selva e nossos batalhões de infantaria nela treinados (e integrados por gente do lugar) sabe que o Vietnã seria brincadeira perto de uma guerrilha amazônica. 60 integrantes do PC do B deram três anos de trabalho duro a 10.000 homens do Exército lá no Araguaia, que já não era tão remoto assim na época. Assim, é mais fácil e barato comprar nossos "digníssimos" parlamentares para que autorizem o roubo de nossas riquezas naturais, com mão-de-obra local e barata, e sob a vigilância de nossas próprias autoridades. E é isto que está sendo feito.

É claro que eles tem planos de contingência, pois um governo nacionalista (não falo este aí, que está decepcionado feio os militares. Não se faz nem mais comunista como antigamente...)pode emergir a qualquer momento no Brasil, das urnas ou da pressão popular.
Portanto, a idéia é ocupar à nossa maneira ou perder a área, que os gringos já estão transformando numa região devastada. Falo isto porque muitos ambientalistas e esquerdistas se opõe a uma ocupação mesmo sustentável da Amazônia, querendo preservá-la como um santuário intocável. Mas, debaixo desta ordem econômica internacional, isto é imposssível. É como querer sair usando ouro nas ruas do Rio sem ser assaltado. Um conselho: unam-se às Forças Armadas, que são nacionalistas até a medula e conhecem a região como ninguém, suas fragilidades e potenciais, sua diversidade, sua gente, e traçem estratégias comuns para pressionar os governos federais e estaduais. É a única saída para salvar a floresta e seus habitantes das garras do "Império".




Que as for?as armadas unan-se a n?s....
Pacifista ativo. 03/08/2003 22:22


Gostei do conte?do do seu coment?rio, por?m, a conclus?o foi desastrosa, permita-me a ousadia.
O senhor que me parece ser uma pessoa de boa cultura e bons argumentos, podia nos fazer o favor de levar ao conhecimento de seus superiores e subalternos, se isso n?o lhe parecer ofensivo, ? claro, que o Exercito Brasileiro dever? o quanto antes e sem demora converter-se em um Exercito Brasileiro de Liberta??o e junto com outras for?as por natureza armadas, nacionais e continentais devem, sem muito objetar, dar um novo significado ? FARDA, (For?a de A??o Revolucion?ria e Defesa Armada).
Encare as coisas do ponto de vista da evolu??o e n?o da revolu??o se assim o quiser e melhor convier ?s institui??es, algu?m vai ter que sacrificar seus ideais para construirmos, um Brasil justo, democr?tico e pac?fico.
Ou p?tria para todos ou p?tria para ningu?m...
Aguardo um artigo com o informe necess?rio.




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