A BATALHA ENTRE AS FORÇAS DA LUZ E AS FORÇAS DAS TREVAS ( Quetzalcoatl X TEZCATILPOCA ("Espelho Esfumaçado")

Imagem de Quetzacoatl
As forças da luz de Quetzacooatl contra o espelho enfumaçado Tezcatilpoca e as forças das trevas




Que tipo de cultura poderia ter cultivado e celebrado esse costume demoníaco? Ali, em Chichen Itza, entre ruínas com mais de 1.200 anos de idade, tinha havido uma sociedade híbrida, produto do cruzamento de elementos maias e toltecas. O altar de Sacrifício de Bebês. O local, criação dos olmecas, a denominada "cultura-matriz" da América Central, tinha mais de 3.000 anos de idade. Era um bloco de granito maciço, de cerca de 1,20m de espessura, tendo nos lados, em alto-relevo, quatro homens usando curiosos adereços de cabeça. Todos tinham nas mãos um bebê sadio, gordinho, esperneando em um pavor claramente visível. A parte posterior do altar era destituída de decoração; já na frente, era representada uma figura tendo nos braços, como uma oferenda, o corpo de uma criança morta. Consta dos anais, por exemplo, que Ahuitzod, o oitavo e mais poderoso imperador da dinastia real asteca, "celebrou a inauguração do templo de Huitzilopochtli, em Tenochitlán, mandando formar prisioneiros em quatro fiIas, que marcharam diante de equipes de sacerdotes que trabalharam durante quatro dias seguidos para dar cabo de todos eles. Nessa ocasião, nada menos de 80.000 indivíduos foram sacrificados em um único rito cerimonial". No total, estima-se que o número de vítimas sacrificiais no império asteca como um todo chegou a cerca de 250.000 ao ano, no início do século XVI.

Um mito pré-colombiano recolhido no México por Juan de Torquemada, historiador espanhol do século XVI, por exemplo, afirmava que Quetzalcoatl era "um homem louro e corado, com uma longa barba". Ele condenou os sacrifícios, exceto de flores e frutos, e era conhecido como o deus da paz... De acordo com uma tradição particularmente notável da América Central, esse "sábio instrutor" veio do outro lado do mar em um barco que se movia por si mesmo, sem remos. Todas as lendas diziam inequivocamente que Quetzalcoatl/Kukulkan/Gucumatz/Votan/Izamana chegara à América Central procedente de algum lugar muito distante (do outro lado do "Mar Oriental") e que, em meio a grande tristeza, ele viajara novamente na direção de onde viera. Por que Quetzalcoatl teria ido embora? Qual foi o problema? As lendas mexicanas forneceriam respostas a essas perguntas? Diziam elas que o esclarecido e benevolente governo da Serpente Emplumada foi encerrado por Tezcatilpoca, cujo nome significava "Espelho Esfumaçado" e cujo culto exigia sacrifícios humanos. Parece que uma guerra quase cósmica entre as forças da luz e das trevas ocorreu no México antigo e que estas últimas triunfaram...

Segundo Bernal Dias [historiador espanhol], os nativos davam a essa pedra o nome de 'Tezcat'. Com ela eram feitos também espelhos com finalidades divinatórias, usados por feiticeiros." Representando as forças das trevas e da maldade rapace, Tezcatilpoca, segundo as lendas, esteve envolvido em conflitos com Quetzalcoatl que se prolongaram durante um número imenso de anos. Às vezes, um parecia estar vencendo a luta e, em certas ocasiões, o outro. Finalmente, a guerra cósmica chegou ao fim na ocasião em que o bem foi derrotado pelo mal, com o resultado de que Quetzalcoatl foi expulso de Tollan. Daí em diante, sob a influência do culto aterrador de Tezcatilpoca, os sacrifícios humanos reapareceram na América Central.

REFERÊNCIAS: Trecho do Livro As Digitais dos Deuses, de Grahan Hanckok

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