O sequestro de símbolos e seu poder.
"O motivo aparentemente foi usado pela primeira vez na Eurásia, 7 mil anos atrás, talvez para representar o movimento do sol no céu... como símbolo de bem-estar nas sociedades antigas", segundo a Enciclopédia do Holocausto.
Ele explica à BBC que "a suástica é um cubo em quatro dimensões usado na matemática védica. Ela também simboliza todo um estado de ser da filosofia indiana — o quarto estado da consciência, depois de acordar, dormir e sonhar."
"O uso do sinal por Hitler foi demonizante...", prossegue Chaturvedi, "e [trouxe] seu uso na política, sem nenhuma compreensão do que ele significava na filosofia indiana, onde os símbolos sempre são respaldados por [seu] sentido e profundo significado."
É claro que a apropriação cultural costuma prejudicar a cultura original.
O orientalista alemão Max Müller (1823-1900) escreveu para Schliemann, aconselhando que ele deixasse de usar a palavra "suástica" para descrever os ícones.
"Suástica é uma palavra de origem indiana e tem sua história e significado definido na Índia", explicou Müller. "Sei que é grande a tentação de transferir nomes que nos são familiares para objetos parecidos que vêm antes de nós... a ocorrência dessas cruzes em diferentes partes do mundo pode ou não indicar uma origem comum."
Mas nem todos concordaram com esta interpretação.
No seu livro The Sign of the Cross: From Golgotha to Genocide ("O sinal da cruz: do calvário ao genocídio", em tradução livre), o especialista em cristandade Daniel Rancour-Laferriere sugere que a decisão de Hitler de usar a hakenkreuz como símbolo do partido nazista "pode ter se originado na sua criação no Monastério Beneditino na Áustria durante a infância, onde ele viu repetidamente a cruz com ganchos em muitos lugares".
diretor de ativismo e consciência do Conselho Mundial Hindu da América (VHPA), Utsav Chakrabarty, afirmou a respeito: "Reconhecemos a forma horrível em que a suástica foi mal utilizada e mal interpretada... Nos últimos 70 anos, a suástica continua sendo um símbolo difamado e amaldiçoado. Isso precisa ser corrigido. Em vez de censurar o símbolo, precisamos celebrar sua história positiva."
Mas o uso antissemita da suástica não terminou com o fim da Segunda Guerra. Até hoje, gangues racistas e neonazistas empregam o símbolo para profanar túmulos ou casas de oração judaicas. E algumas pessoas acreditam que o tabu aumentou o apelo da suástica entre os grupos de ódio.
Mas o uso antissemita da suástica não terminou com o fim da Segunda Guerra. Até hoje, gangues racistas e neonazistas empregam o símbolo para profanar túmulos ou casas de oração judaicas. E algumas pessoas acreditam que o tabu aumentou o apelo da suástica entre os grupos de ódio.
Fonte BBC News
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